segunda-feira, 8 de outubro de 2012

IR PARA FORA CÁ DENTRO...

Um fim de semana prolongado... Coimbra e Queluz no roteiro !
O 5 de Outubro como feriado parece estar condenado, por ora.
Era forçoso, pois, aproveitar o fim de semana, em que ainda estava incluído.
E como tinha na agenda este salto a Coimbra, tal como estava na agenda uma visita ao Palácio Nacional de Queluz, onde já estive à porta em dia de encerramento, acabei por meter-me à estrada num roteiro turístico bem português.
É verdade que gosto de conhecer o que há lá fora, mas nunca perco a oportunidade de conhecer o que nós temos cá dentro.
Que é muito e bom.
Infelizmente, o que se faz de promoção turística é que é infinitamente menor.
Comecei por Coimbra, onde a minha saudade estava presa ao Convento de Santa Clara (a nova), quando ali funcionava o quartel militar RAL2, onde estive colocado.
Conheci, por isso, muito bem o seu interior.
Foi possível visitar agora o claustro e a igreja, esta com o nome de Igreja da Rainha Santa, mas deixa-nos triste ver que todo o monumento se vai degradando, por falta de meios que permitam a necessária manutenção.
Também aqui é notória a falta de promoção que, atraindo turistas, tenha destes o contributo que ajude a preservar estes tão belos monumentos.
Outro dos locais a visitar era a Quinta das Lágrimas, por tudo o que se relaciona com a história de amor entre Pedro e Inês (D. Pedro I e D. Inês de Castro).
Não deixou de aflorar à memória o diálogo que nos teatros do tempo de escola era dito a propósito deste drama:- "onde estás tu D. Inês que não t'acho ?", com a resposta de outro figurante:- "está ali a estrabuchar no pátio com duas facadelas do Pacheco" (Diogo Lopes Pacheco).
E lá fomos, eu e minha mulher, conhecer os românticos locais em que decorreu a sua trágica história, que havia de culminar com a morte de Inês, mandada executar pelo próprio pai  de D. Pedro (D. Afonso IV), para a afastar de vez do seu filho, cedendo às pressões dentro da própria corte, que considerava um escândalo os amores entre Pedro e Inês.
Este é um espaço bem preservado, já que tem como patrocinador exclusivo o Hotel da Quinta das Lágrimas, que ali foi instalado há alguns anos.
Mina, Fonte e Cano dos Amores; Fonte das Lágrimas; Arco Neo-Gótico, fazem parte do roteiro em que todos os visitantes gostam de fixar uma imagem, como que a deixar-se envolver pelo romantismo da história.
Também assim aconteceu connosco.
Mas muitas espécies de arvores exóticas ali são preservadas e que são também uma atracção para os visitantes.
Com passagem por Fátima, para uma paragem de devoção pessoal e pela Nazaré, para a degustação de uma sempre desejada e apreciada cataplana de peixe e marisco, seguimos depois para a capital.
A intenção foi concretizar agora a visita ao  Palácio Nacional de Queluz, que sabíamos estar aberto neste dia, ao contrário da vez anterior em que o tínhamos tentado fazer em vão.
É este o monumento que de "Casa de Campo" passou a palácio, devendo-se essa passagem ao Infante D. Pedro, segundo filho de D. João V e de D. Mariana de Áustria e irmão do Rei D.José.
Foi concebido como um Palácio de Verão, mas a Queluz acorria frequentemente a corte, para assistir a serenatas, cavalhadas e espectáculos de fogo-preso, por ocasião dos santos patronos, em especial S. Pedro, e dos aniversários das "Pessoas Reais".
Foi habitado em permanência pelo Principe Regente D. João VI e D. Carlota Joaquina, após o incêndio do Palácio da Ajuda, em 1794, e pelos nove filhos do casal.
Todo o palácio é de grande imponência e riqueza.
Tanto os jardins geométricos "à francesa" que rodeiam o palácio, como o resto do parque são decorados com estátuas, balaustradas, lagos e azulejos. 
O público que visita o palácio pode desfrutar de concertos que frequentemente ali se realizam nas suas salas ou assistir a uma exibição da escola portuguesa da Arte Equestre no picadeiro ao ar livre.
Desde 1957 o Pavilhão D. Maria, ala nascente anexa ao Palácio, é residência dos Chefes de Estado estrangeiros em visita oficial ao nosso país.
Com esta visita, terminou em beleza o roteiro do "vá para fora cá dentro", que este fim de semana alargado nos permitiu.