segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

FUNDÃO - onde já houve bandas (3)

Afinal havia outra... ! Quando julgava que... de bandas estávamos falados, eis que sou lembrado que uma outra banda existiu no Fundão. E eu até me recordava dela !
A banda do Abrigo de S. José.
E bastou ir à minha estante consultar o livro "A rapaziada" da autoria do actual director do Abrigo de S. José, César Fatela, e lá estava tudo o que era preciso saber sobre a banda, com imagens e texto de notícias. Constituída pelos jovens que naquela instituição de acolhimento tinham e têm o seu lar, existiu na década de 50 e durou alguns anos, cuja conta não sei precisar. A sua existência antecedeu a criação da banda da A.D.F.- Associação Desportiva do Fundão, também ali sendo noticiado que os instrumentos já vinham da antiga banda União Fundanense, sendo mais tarde cedidos à A.D.F.
Pelo que soube, foi orientada pelo Mestre Cabral, de Louriçal do Campo, Manuel Santos Leitão e António Alves Leitão, do Fundão.
E foi na barbearia, o local onde todas as notícias ainda continuam a ser muito "badaladas", que o Zé Luís "Comanchero", um homem muito dedicado ao folclore e à música, que o assunto foi lembrado e permitiu a recolha destes elementos.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

FUNDÃO - onde já houve bandas (2)

Pela segunda vez, estou a referir-me ao assunto, pois a recolha de elementos que na primeira vez havia conseguido não foi suficiente para dar maior amplitude ao tratamento que esta matéria merecia. E fui reunindo dados, que hoje permitem ampliar um pouco mais a história sobre as bandas que existiram no Fundão.
Mas foi o carnaval de 1997 que permitiu a "ressureição" da banda (clicar) que não existia no Fundão. Gostei de estar no papel do "rege-dor" que dela fez a "inauguração". Mas passou o carnaval e a banda transformou-se de novo no fumo que a trouxe. Mesmo sendo desconchavada, permitiu puxar à memória outras bandas que existiram no passado.
E de modo muito sério a elas me refiro aqui de novo.
Compulsando o livro "Fundão-História cronológica",  da autoria de J. Mendes Rosa e editado pela Câmara Municipal do Fundão em 2005, encontramos este texto referido a 1898:
"O Fundão tem uma vida económica e cultural viventíssima: possui comércio de todos os sectores, dois hotéis (Hotel Commercio e Hotel da Joaquina), três farmácias, agências bancárias, seguradoras e companhias de viação; uma tipografia, os dois jornais referidos e duas filarmónicas".
Os jornais a que o texto se referia eram: Jornal do Fundão, A Beira, o Escalpello, o Fundão-Breve Notícia.
Do que não ficam dúvidas é que, no contexto em que é citada, a existência de duas filarmónicas é um dado histórico a que se atribui uma grande importância.
O percurso e o tempo de vida destas bandas filarmónicas não consegui reconstitui-los, porém, no livro "Etnografia do Fundão" da autoria do Dr. José Monteiro, publicado em 1999, refere-se nas suas págs.159, 160 e 161 à existência da "banda do José Augusto".
E avançando no que está escrito, encontramos: "As notas que passamos a transcrever são de 1941: A música de José Augusto foi criada em 1870. A esse tempo, havia no concelho duas músicas - a de Alpedrinha e a do Souto da Casa, esta regida pelo José Augusto, que ao tempo vinha dar lições de música a meninas do Fundão como a filha do Mário (?) (Casa da Piedade Pelejão(?) da Piedade do Adro), a do Tomaz França (casa do Adro), etc.. Quando formou a música do Fundão, ainda estava no Souto da Casa. Depois teve lá umas questões quaisquer e veio para o Fundão, onde residiu e teve ensaio na casa do lado de cima do fotógrafo Rosel, na rua da Cale - casa que era de um sujeito da Covilhã...".
Ora, se em 1898 existiam duas bandas filarmónicas no Fundão, creio poder concluir pela possibilidade de a banda do José Augusto ser uma delas, dado o facto de a mesma ter sido criada em 1870.
Transcrevo ainda o início do texto sobre a banda do José Augusto, pela curiosidade de que se reveste: "Tornou José Augusto famosa a sua banda na região, não só pela qualidade das suas execuções, mas pela peripécia da prisão sofrida por todos os respectivos componentes, incluindo o mestre, dado o facto de terem saído a tocar um hino republicano, da autoria de José Augusto, em pleno regime monárquico".
Mas já em pleno século XX constata-se a existência da "banda velha", no Fundão, que é lembrada por uma foto publicada na revista nº.1, de Dezembro 2001, editada pelo Grupo Folclórico Etnográfico Amigos do Fundão, que atribui àquela foto a data de 1934.
Em contraponto à banda designada de banda velha, também na mesma revista se insere uma foto assinalando a existência da "banda nova" que me dizem ter sido a "Banda União Fundanense" ou Banda do Járinho, nome pelo qual era conhecido Januário Novo, seu maestro, situando-se essa existência pela década de 40.
Pelo que era dito por meu sogro, Augusto César Cruz Gonçalves, contrabaixo nesta banda, havia uma grande rivalidade entre a banda velha e a banda nova, chegando a verificar-se "roubos" de elementos entre as duas bandas.
Em que datas estas bandas deixaram de existir não consegui apurar, mas seguiu-se um período em que o Fundão não tinha qualquer banda filarmónica.
Até que em 1963 a ADF- Associação Desportiva do Fundão cria a sua banda, tendo como maestro Manuel dos Santos Leitão e depois seu filho António Alves Leitão, que haviam militado numa ou mesmo nas duas bandas anteriores, sendo pessoas dedicadas à música, tanto em bandas como em orquestras.
A banda da ADF teve então uma atitude invulgar, ao iniciar o ensino da música nas escolas primárias, caso inédito até então em Portugal, sendo por esse facto cumprimentada pela Fundação Gulbenkian
A actividade desta banda terminou em 1976 e a partir de então não mais houve qualquer banda no Fundão.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

CHICO DA PONTE - MEU PAI

Meu pai nasceu em 1903. Viveu até 1984. Teria 110 anos, se hoje fosse vivo. Mas passados todos estes anos, ainda sou surpreendido com um episódio da sua vida. Nunca frequentou a escola porque a sua vida de trabalhador rural e ganhão nunca lho permitiram, mas ele aprendeu a ler e a escrever.
E foi a esse propósito que alguém, já com 70 anos de idade, me disse há dias: - “Tenho em casa um alfarrábio de meu avô, onde registava os valores e os géneros que recebia de pessoas que ele ensinava a ler, a escrever e a fazer contas. E o nome do seu pai também lá está. Sei que é ele, porque “Francisco da Ponte” não havia outro. Até os valores que então pagou e os géneros que entregou, lá estão registados”. Os géneros eram cereais, como grão, feijão ou outros. Como eu fiquei feliz por conhecer mais este episódio. Sabia que meu pai tinha sido um autodidacta, pelos relatos de familiares e pelos livros que encontrei em casa, depois do seu falecimento, mas que até pagou para aprender a ler e escrever, fiquei agora a saber. O quanto me orgulha por ser filho do Chico da Ponte e da Maria Joaquina !

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

NADA VEM DO NADA

A vida tem tudo o que de bom nos pode ser oferecido.
Mas tudo devemos fazer para o seu merecimento.
Não sei se ao longo da minha vida fiz o que devia fazer, para merecer todas as coisas boas que ela já me proporcionou.
Não exigindo muito da vida, considero que aquilo que me tem sido concedido é o bastante para me achar um privilegiado, face ao que me rodeia.
Reflectindo, sei que me considero feliz por tudo o que ela me deu.
E também sei que NADA VEM DO NADA.

sábado, 14 de setembro de 2013

Viagem com "música no coração"

Nem sempre o que o coração deseja, o ser físico consegue alcançar.
Mas não foi o caso, uma vez mais.
Graças a Deus que, também este ano, os objectivos que havia definido para as visitas a fazer através de uma viagem, foram alcançados, embora condicionados pelas datas permitidas pela minha ocupação profissional.
É certo que, ainda antes de dar inicio à mesma, não foi a música que tomou conta do meu coração, mas sim a tristeza pelo falecimento de uma irmã, que em pequeno foi uma segunda mãe para mim, que não pude acompanhar no último adeus, porque iria perder o que investira na viagem. Com amargura me confortei, dizendo para comigo: a vida tem de continuar.
Ao longo dos anos, fui vendo, por diversas vezes, o filme "Música no Coração", desde que ele surgiu em 1965.
Há poucos anos atrás, vi também o musical de Filipe La Féria baseado na mesma história e, sem dúvida que por essa influência, passei a alimentar a ideia de uma visita aos lugares onde o filme foi rodado - Salzburgo e Tirol austríaco.
Mas o programa escolhido oferecia muito mais que isso, podendo dizer que, no que a beleza natural se refere, superou as minhas expectativas, pelos recantos maravilhosos que toda a Baviera, Tirol e capital austríaca, que agora foi revisitada, nos oferecem.
Era o 1º. dia do programa e dia de aniversário da minha cara-metade.
Com  três horas de atraso na partida do voo, à chegada a Munique esperava-nos Dora, a simpática guia do circuito Nortravel, que haveria de nos acompanhar até final.
Depois de alojados, foi numa cervejaria local que o jantar nos foi servido, com o tradicional pernil no menu.
O 2º. dia de programa, começou com a panorâmica ao centro histórico de Munique, que nos permitiu apreciar a grandiosa avenida Ludwigstrasse, a Max Joseph Platz e seus teatros ao redor do Palácio Real, assim como o espectacular edifício da Câmara Municipal, na Marienplatz.
Aí nos colocámos de cabeça no ar, olhando a torre do edifício fronteiriço, para assistir ao espectáculo que o relógio nos proporcionou, na pantomina dos seus bonecos dançantes.
Estando em Munique, não conseguimos fugir à triste recordação do atentado de que foi vítima a equipa de Israel, nos jogos olímpicos de verão de 1972.
Partindo em direcção a Fussen, foi-nos proporcionado o almoço, após o qual se fez a espectacular visita ao Neuschwanstein, o castelo mandado construir por Luís II da Baviera, o rei que foi chamado de louco  e que viria a aparecer morto em circunstâncias misteriosas, dizendo-se ter sido a forma de acabar com a sua extravagante e megalómana maneira de viver, malbaratando os rendimentos do reino na construção de palácios luxuosos e dum castelo que nada tinha a ver com necessidades de defesa.
Neuschwanstein é esse claro exemplo, tendo servido de modelo, pela sua extravagância, para Walt Disney conceber os castelos dos seus contos de fadas.

Mas para além de toda a extravagância, o interior mostra também uma concepção visionária, que ia muito para além do seu tempo, levando os  turistas que agora visitam esta obra prima, a bendizer a loucura do rei Luís II da Baviera.
A terminar o dia, a viagem prosseguiu para Innsbruck através dos Alpes Bávaros, onde uma arreliadora avaria do autocarro nos interrompeu a marcha em plena paisagem tirolesa, mas que depressa foi superada, com um autocarro de substituição a levar-nos até àquela cidade.
O 3º. dia de programa apanhou-nos em Innsbruck, para conhecer esta linda cidade, com uma visita ao Museu Tirolês de Artes e Tradições Populares "Tiroler Volkskunstmuseum", referenciado como o mais belo e importante da europa, no seu género.

Após o almoço, a visita fez-se a algumas típicas e sempre floridas aldeias  tirolesas, onde o turismo se faz em grande escala à custa dos desportos de inverno, sendo possível o alojamento nas casas dos próprios habitantes locais, para além dos hotéis existentes.
A findar o dia e acompanhando o jantar, foi-nos proporcionado um espectáculo do genuíno folclore tirolês, do qual se dá uma ideia neste pequeno vídeo.
Para o 4º. dia de programa esperava-nos o deslumbramento de umas paisagens inigualáveis no Tirol italiano, com a visita a Cortina d'Ampezzo e Misurina, sendo a primeira uma estância de férias frequentada pelo jet-set italiano e internacional desde o século XIX.
Misurina surpreende-nos pela envolvência das imponentes montanhas alpinas, Dolomitas, que a UNESCO considerou "uma das mais belas paisagens de montanha do mundo", a que se junta a beleza de um lago de águas puras e cristalinas, tidas como potáveis no estado em que se encontram.
Depois deste manjar de beleza, que nos deixa a alma bem saciada, foi o calmo regresso ao nosso alojamento ainda em Innsbruck.
No 5º. dia do programa, esperava-nos a terra natal de Mozart e cidade dos Príncipes Arcebispos - Salzburgo, que foi visitada na companhia de guia local, levando-nos a conhecer locais como os jardins do Palácio Mirabel, as margens do rio Salzach, a antiga rua comercial Getreidegasse, também famosa pelas suas tabuletas em ferro forjado e por se encontrar ali a casa deste famoso compositor, o interior da Catedral, o Palácio dos Festivais e outras igrejas. Interessante a explicação e o conhecimento proporcionado sobre a existência do sal-gema no interior daquelas montanhas, assim dando origem aos nomes iniciados por salz.
Nessa tarde ainda foi possível fazer uma visita panorâmica a Gaisberg e conhecer o interior do Palácio Hellbrunn, que se tornou famoso pelos jogos de água no seus jardins, idealizados pelo Arcebispo Marcus Sitticus, apanhando desprevenidos alguns dos companheiros e de outros turistas, quando repuxos dissimulados entravam em funcionamento.
O 6º. dia do programa começou com a partida para Salzkammergut, uma região maravilhosa de lagos, montanhas e aldeias, que pela sua beleza foi escolhida para a rodagem de paisagens do filme "Música no Coração", tal como outros lugares por nós visitados no dia anterior em Salzburgo, também foram escolhidos, nomeadamente os jardins do Palácio Mirabel. As aldeias de St. Wolfgang e St. Gilgen foram duas dessas maravilhosas aldeias, sendo possível observar em St. Gilgen  a casa onde viveu a mãe de Mozart.
Deixando para trás aquelas maravilhosas paisagens, ainda nesse dia foi o nosso alojamento em Viena.
O 7º. dia do programa, em Viena, começou com um circuito panorâmico orientado por guia local, sendo para mim a repetição de visita anterior. Mas Viena é sempre uma grande atracção e mesmo que o tema sobre a história se repita à volta dos Hofburg e de figuras como o imperador Francisco José e a imperatriz Sissi, a atracção por esta imponente capital é inesgotável, como inesgotáveis são os pontos de interesse, os quais ficaram para as visitas de iniciativa pessoal, durante a tarde, aproveitando alguns para assistir a um concerto num dos teatros da cidade.
Ao princípio da noite foi-nos destinado o jantar na localidade de Grinzing, numa zona produtora de vinhos do bosque de Viena, com as populares "heuriger" ou tavernas típicas, onde se vende o vinho de produção própria e é servida a ementa tradicional. Também aqui, houve animação musical.
O 8º. dia e último do programa, disponibilizou um longo período de tempo até à hora de rumarmos ao aeroporto, para o qual a guia possibilitou a alternativa entre as visitas de iniciativa pessoal na cidade ou a deslocação para conhecer o bosque de Viena.
A opção pessoal foi o bosque de Viena, que permitiu conhecer o Convento dos Beneditinos, onde foi possível observar invulgares vitrais pretos, o palacete que também foi convento, onde se suicidou Rudolf, filho de Sissi, e a localidade de Baden, onde os banhos e o casino são atracção dos endinheirados berlinenses.
Em Viena ainda foi possível ver a festa dos produtores agrícolas, que se traduziu numa inusitada movimentação na Praça dos Heróis.
E lá chegou o momento de rumar a nossas casas, com um atraso do avião de cerca de duas horas, despedindo-nos da simpática Dora que, no seu português quase perfeito, nos disse ter inventado um novo verbo: "beijinhar".
E a propósito de "beijinhar" aqui ficam muitos beijinhos para ela, assim como uma saudação amiga ao motorista José.
 

terça-feira, 25 de junho de 2013

O Alhambra, finalmente !

A deslocação que a viagem impunha, não era o que mais convinha às minhas "cruzes", uma vez que tenho andado mesmo atrapalhado com dores na coluna, mas lá fui de autocarro para aquela viagem que há muito tinha projectado, possibilitando-me a visita ao Alhambra, em Granada, mas não só. No final estavam percorridos 2.099 Km e a coluna sempre se aguentou nestes quatro dias (20 a 23/Junho/2013).
O grupo era sensivelmente o mesmo que há um ano se deslocou a Barcelona e arredores,  o que permitia antever que a viagem iria valer a pena, em termos de ambiente e boa disposição. Como aconteceu.
O Alhambra, como uma das pérolas que a UNESCO declarou património mundial, tinha para mim a razão maior desta viagem, embora Granada não seja apenas o Alhambra.
Do programa constavam visitas a: Serra Nevada; Jaén (Palácio de Villardompardo, Catedral, Castelo de Santa Catarina, Muralhas, Judiaria); Guadix (Alcazaba, Catedral, Plaza de las Palomas, "Cuevas"); Granada (Catedral, Generalife, Bairro Albaicín, Abadia Sacromonte, Miradouro San Nicolás, Igreja San Jerónimo, Alhambra); Almuñecar (com sua costa tropical, Aqueduto romano e castelo islâmico); Salobreña (castelo árabe e Igreja paroquial de Nª. Srª. do Rosário, construída sobre uma antiga mesquita mulçumana).
Do que foi possível ver com a devida atenção e tempo, apreciei muito o Castelo de Santa Catarina, a Catedral de Jaén, a catedral de Granada, Guadix e as casas trogloditas "cuevas", e, claro está, o Alhambra, um complexo palaciano fantástico e fortaleza (alcazar), para o qual todo o tempo disponível nunca é demais. Neste complexo se alojou o monarca da Dinastia Nasrida e a corte do Reino de Granada. A sua decoração, sendo um expoente da arte islâmica, é também enriquecido pelas estruturas cristãs que incorpora.
O passseio nocturno pelo Bairro Albaicín com passagem pelo Miradouro San Nicolás, que antecedeu o (clicar) espectáculo de Flamenco, foi muito interessante, mas o que realmente nos fez vibrar foi a raça que os intérpretes do espectáculo puseram na sua execução, quase nos fazendo "transportar" para cima do palco. Foi um momento de grande intensidade e expressão da alma da Andaluzia, que muito apreciei.
Do programa, foi também interessante visitar a Serra Nevada, embora com as estruturas da estância de eski praticamente desactivadas.
Toda a programação que nos foi proporcionada tinha muitos aliciantes, e por isso a exigir que no  terreno estivesse pessoal mais habilitado na informação turística e orientação a transmitir ao grupo, que não apenas dotado de todo o voluntarismo e simpatia, que, sendo muita, não evitou  uma certa frustração final nas pessoas. Neste particular, a  agência não soube cuidar de si mesma, porque a grande prejudicada acaba por ser ela própria. E, hoje, com a informação disponível na internet e, tomando como exemplo o Alhambra, tal informação vai dos preços (para  crianças, adultos, séniores e grupos), à programação das visitas ao minuto, o que evitaria a necessidade de acautelar a situação no momento. Até os itinerários poderiam ser estabelecidos antecipadamente e com rigor, pois ali é informado que o tempo ao Alcazaba são 20 m.; aos Palácios Nazarie 17 m.; ao Generalife 15 m., etc.
Em termos da animação do grupo e cumprimento de horários, foi excelente. Todos estiveram à altura dos acontecimentos.
No mais, quase se pode dizer desta excursão o que foi dito da excursão de 2012, também com a mesma organizadora:- a relação preço/qualidade foi aceitável, se bem que algo abaixo em termos de hotel, que era um pouco inferior. A categoria, embora sendo de 3 estrelas, era "3 estrelas-carretera", o que queria dizer alguma coisa...
Mas merecem uma palavra final de apreço, tanto a "tia Odete", como a organizadora era chamada pela Beta, os motoristas Olibinha(Olívia) e Beloso(Veloso) e também a Beta, cuja boa disposição superou tudo o mais.

domingo, 12 de maio de 2013

Visita a um lugar imperdível: O Lugar dos Afectos

Fazia parte dos meus objectivos visitar o "Lugar dos Afectos". E aconteceu neste fim-de-semana (12/5/2013) com os meus afectos pessoais em alta, conciliando poder estar umas horas com a filha e os netos António e Benedita, ao mesmo tempo que apoiava o António na sua participação no "Aquatlo de Ílhavo", onde ele se comportou como um verdadeiro campeão, e a passagem por este lugar maravilhoso. Mas, já agora, aqui fica também (clicar), uma amostra do que fez o António.
Constatei que, realmente, vale a pena uma visita ao "Lugar dos Afectos". E foi encantador fazer a visita na companhia dos escuteiros do "Agrupamento 390 Mafamude", de Vila Nova de Gaia, que me proporcionaram "o regresso" mental aos momentos em que fiz parte do movimento fundado por Baden Powell, já lá vão umas décadas.
Mas o "Lugar dos Afectos" é uma lição deveras interessante, porque nos conduz pelo caminho dos sentimentos que, com a sorte de ser partilhado com um grupo que ainda mantém a pureza desses valores e ali os explicita perante todos sem quaisquer subterfúgios ou ginástica mental, dessa lição se arrecada todo o bom que ela comporta.
O lugar é de sonho. E o objectivo que esteve na origem do seu nascimento, pela lucidez da Drª.Graça Gonçalves, face à sua experiência menos feliz, quando ainda muito jovem, é tanto mais importante quanto possamos comungar dele e ajudar a valorizar sentimentos que "tocam" no amor, na harmonia, na felicidade, na amizade, na partilha, na disponibilidade para com os outros e por aí além. Como acontece com a abordagem à fertilidade, ou à simbologia da romanzeira e da cegonha ou, ainda, pela extensão de uma casa que nos mostra um percurso de vida, onde o formato duma porta nos coloca perante um largo sorriso, que deve ser, afinal, a nossa companhia de todos os dias.
Daqui se retiram mensagens que permitem ajudar, até, a prevenir desvios no que aos afectos se refere. E os livros que as transportam são os importantes mensageiros que cumprem essa missão idealizada por Graça Gonçalves. Os sonhos são incomensuráveis, mas ao mesmo tempo podem ter a nossa própria dimensão, desde que sejamos capazes de os acomodar à nossa medida e torná-los na nossa própria realidade.
Recordo uma frase que diz: "Deus toma conta dos nossos sonhos e, se formos pacientes, pode vir a torná-los realidade".
Creio poder dizer que isso é verdade. Já vivi experiências que me levam a afirmá-lo. Mas não pode haver limites para a paciência.
Foi bom conhecer este recanto no Eixo, junto à Aveiro. Ajudarei a divulgá-lo. Também uma palavra de simpatia ao monitor Pedro.
E, finalmente, um abraço ao Agrupamento 390 Mafamude, que nos acompanhou na visita.
As maiores felicidades para a fundadora deste lindo Lugar dos Afectos.


quarta-feira, 1 de maio de 2013

"Santos de ao pé da porta... não fazem milagres" !

Julgava estar a falar com uma pessoa amiga, quando recebi a chamada da bibliotecária da Liga dos Combatentes, em Lisboa, tratando-me de forma bastante simpática e desinibida, pedindo que lhe oferecesse os dois livros que publiquei sobre a minha passagem pelo serviço militar.
 Pela forma como me tratava, chamando-me de "querido combatente" e "doutor Alvaro Vaz", brinquei com a senhora, rebatendo o tratamento e desatando algumas gargalhadas, até que ela me pergunta a razão de eu estar a rir.
Algo confundido, foi então que perguntei:- mas com quem estou a falar ?
Após identificar-se, passei a tratar o assunto de forma diferente e a conversa mudou de tom.
Afinal não era a amiga que supunha e que estivesse a brincar comigo, mas sim alguém a solicitar-me a oferta de dois dos meus livros para a Liga dos Combatentes, que tinham descoberto na internet, que achavam "uma maravilha" e tratar-se de duas "pérolas" que queriam ter na sua biblioteca.
A surpresa foi grande, naturalmente.
Porque de longe, virem solicitar os meus livros, não acontece todos os dias.
Mas fiquei lisongeado e respondi afirmativamente ao pedido, que foi satisfeito no dia seguinte.
Naturalmente que houve agradecimento pela oferta, mas a maior gratificação foi a constatação de que há sempre quem saiba valorizar o que fazemos. Mesmo que não sejam os de ao pé da porta.
 

segunda-feira, 4 de março de 2013

Assim estejam os meus inimigos !

É uma expressão que utilizo muitas vezes.
Sei muito bem o que ela quer dizer e quais as circunstâncias mais adequadas para a exprimir.
É certo que o conceito de inimigo é muito amplo. É também verdade que, na minha perspectiva, o estatuto de inimigo só se adquire, em relação à nossa própria pessoa, quando deixamos que toque nos nossos sentimentos ou deixamos que atinja as nossas "propriedades", sejam elas de pequena monta ou de grande monta.
Quer isto dizer também que poderemos ter grandes coisas e nada valerem para nós, e termos pequenas coisas que representam tudo para nós.
Porém, quem nos faz mal ou faz mal aos que amamos, esses sim, adquirem facilmente o estatuto de inimigos.
E é aqui que pretendo chegar, situando-me perante aqueles de quem não gosto, porque adquiriram perante mim esse estatuto.
Mas pondo ainda de lado aquela máxima: "quem os inimigos poupa nas mãos lhe morre", que torna inviável  qualquer possibilidade de retorno a uma posição de eventual tolerância, ainda sou dos que pensam que o sermos fortes já enfraquece os que são colocados na condição de inimigos.
Por natureza sou tolerante para com os outros. Mas sirvo-me de outra máxima, quando entendo ser magnânimo para com os que tentam prejudicar-me ou atingir a minha dignidade: "consigo perdoar mas não consigo esquecer".
E isso permite posicionar-me da forma mais confortável, quando sinto que estou bem.
Melhor dito, quando "a fasquia se posiciona em cima".
A natureza tem formas de nos mostrar, afinal, que apreciações como estas se justificam, porque os rancores se esbatem, a própria condição de predador se esquece, ao sentir que se está saciado.
É o caso de um gato, para o qual até os ratos deixam de ter qualquer interesse, se a barriga se encontra cheia.
Ora, se um arroto se escapa, após uma satisfatória refeição, nunca esqueço de dizer "perdão".
Mas nalguns desses momentos prefiro substituir essa expressão por aquela que dá título a este texto.
- Assim estejam os meus inimigos !
Porque um inimigo bem saciado até esquece os seus rancores.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Nesse dia a sua foto já ali estava !

Agora não tem sido muitas vezes, ao que sei por razões de saúde, mas sempre que me cruzo na via pública com o meu amigo “António instrutor”, sai uma história nova.
Este epíteto advém-lhe do facto de ter instruído para exame muitos dos que obtiveram a sua carta de condução automóvel na Escola de Condução Salvado da Silva, onde trabalhou durante muitos anos.
Todos ficaram seus amigos. E eu também  tenho muito prazer em me incluir nesse número.
- Então a história é assim:
Um sujeito passava todos os dias pela vitrina onde se tornam públicos os óbitos e onde são informadas as horas dos funerais. Parava, mirava as fotos dos falecidos e dizia em voz alta:- ainda cá não estou.
E a cena, de tanto repetir-se, foi despertando a atenção de pessoas que estavam por perto, que a certa altura passaram a antecipar-se ao comentário do próprio, dizendo-lhe à sua chegada: ainda cá não estás !
O sujeito tornou-se então conhecido pela insistência em verificar que ainda não fazia parte do número daqueles que se tornavam passageiros de uma viagem de sentido único.
Entretanto, deixou de aparecer para olhar a vitrina e o facto tornou-se notado.
Mas a razão era simples:- o destino tinha-lhe pregado a partida de fazer chegar esse momento.
Nesse dia a sua foto já ali estava !